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    Pacheco pede que o Congresso “apoie medidas” de ajuste fiscal do governo

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    O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pediu nesta sexta (29) que os parlamentares apoiem as medidas fiscais propostas pelo governo para cortar custos e fazer ajustes em políticas públicas que podem economizar R$ 70 bilhões em dois anos.

    O pedido ocorre um dia depois de ele próprio ter prometido dar prioridade às duas propostas legislativas que o governo enviará ao Congresso para votação nas próximas três semanas, antes do início do recesso parlamentar.

    “Em se tratando de política fiscal, é preciso afastar o medo da impopularidade que constantemente ronda a política. Nesse sentido, é importante que o congresso apoie medidas de controle, governança, conformidade e corte de gastos ainda que não sejam muito simpáticas”, disse Pacheco mais cedo em uma nota.

    Ele emendou afirmando ainda que “outras medidas podem ser pensadas, pois este pacote deve ser visto como início de uma jornada de responsabilidade fiscal”.

    O pedido para os congressistas apoiarem uma proposta do governo ocorreu também depois do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dizer que haverá “celeridade” à tramitação na casa, que deve iniciar a análise dos projetos. No entanto, ele ressaltou que haverá uma “análise cuidadosa” de medidas que implicam na renúncia de receitas.

    “Qualquer outra iniciativa governamental que implique em renúncia de receitas será enfrentada apenas no ano que vem, e após análise cuidadosa e sobretudo realista de suas fontes de financiamento e impacto efetivo nas contas públicas”, disparou.

    Foi uma referência direta à autorizada do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, que será compensado – segundo o governo – com uma tributação aos ganhos acima de R$ 50 mil.

    Essa proposta gerou uma enorme desconfiança do mercado financeiro por conta da possibilidade de perda de arrecadação, que afetaria diretamente a necessidade de controle dos gastos públicos. Nesta sexta (29), o dólar chegou a bater R$ 6,11 e renovou o recorde da cotação da moeda.

    O dólar vem escalando desde que a medida foi divulgada na tarde de quarta (27) e confirmada na quinta (28). Para o ministro Rui Costa (Casa Civil) e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), essa disparada ocorreu, entre outros motivos, por causa do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que começou a atuar contra a política econômica brasileira em discursos e participações e eventos.

    “O que não pode, que nos emocionamos indignação, todo esse questionamento de hoje [do mercado] foi sinceramente, em nossa opinião, motivado e ‘iniciado’ pela atual direção do Banco Central, que, na minha opinião, numa visão política de boicote ao governo, ficou criando uma sensação permanente de instabilidade”, disse Rui Costa.



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